Como praticar o Budismo? A Filosofia que conduz ao desapego

Tempo de leitura: 9 min

Escrito por Paulo Roberto
em janeiro 22, 2023

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Como praticar o Budismo do jeito certo

Então, budismo, deveria ser visto ou imaginado como um estilo de vida como uma prática, além de uma religião o que quero dizer com isto é que no ocidente nós geralmente pensamos em religiões como envolvidas em um tipo de sistema de crenças um tipo de “credo” como é dito no cristianismo.

Um certo grupo de coisas, um certo grupo de proposições nas quais temos que acreditar e isso é meio que central com o que é uma religião. E o budismo na verdade não tem essa abordagem, é mais como um estilo de vida, mais como uma prática. 

E a ética é central nesse sentido, o sistema correto de bondade, de compaixão, de não-violência. E não fazemos isso porque há algum tipo de comando divino, não há nenhum Deus para nos dizer o que fazer ou não.

Não é que o buda fosse algum tipo de ser divino que está nos trazendo algum tipo de revelação é mais o caso de estarmos buscando a melhor maneira de viver uma maneira de viver que crie menos dano, que crie menos sofrimento.

Então, a ideia é que o nosso sistema ético de bondade, compaixão e não-violência é o centro disso, desse tipo de abordagem ética para nossa prática. E para este fim, muitos de nós já ouviu a palavra karma.

karma já é uma palavra comum no ocidente é uma parte do nosso discurso normal no ocidente já então, no geral, o que devemos entender com a palavra karma no budismo é que as ações têm consequências que basicamente há uma diferença entre uma ação saudável e uma ação prejudicial há uma diferença entre as intenções por trás das ações que é saudável ou prejudicial. 

As práticas Budistas e o karma

Então, por exemplo, se temos uma intenção, como eu disse, em direção à bondade e à compaixão podemos também ter uma intenção baseada na ganância em possuir as coisas, podemos também ter uma intenção de ódio que nos leva a certos tipos de ação. 

E a ideia por trás do karma é que há essa distinção, uma distinção bem natural, entre ações que são benéficas, úteis e saudáveis e aquelas que não são e as benéficas ou habilidosas são as que são melhores, que tenderão a tornar as pessoas mais felizes.

e as prejudiciais ou inábeis não são tão boas porque tendem a criar mais sofrimento no mundo Budistas tradicionais também irão acreditar em renascimento devido a este karma, ou seja, que quando nossa vida termina, a bagagem cármica que acumulamos durante essa vida e durante incontáveis vidas anteriores sem começo resultarão em uma próxima vida.

Em outras palavras, se fizemos muitas coisas ruins, então teremos uma próxima vida pior e se fizemos muitas coisas boas, mais coisas boas que ruins, teremos uma vida melhor, essa é a visão tradicional é uma visão do que podemos chamar justiça perfeita onde tudo é pago no final.

Então não importa o que façamos nessa vida ou em qualquer outro momento, isto será pago, senão nesta vida, eventualmente, no futuro praticantes mais seculares como eu, tendemos a pôr esta questão de lado, nós não necessariamente acreditamos que há uma justiça perfeita. 

O que o Budismo prega

O que o budismo  prega

Estamos mais interessados numa prática mais focada nesta vida, e pode ser que renasçamos numa vida futura, pode ser que não. Mas o que importa por agora é simplesmente que nós atuemos o mais habilidosamente que podemos e tentemos purificar nossas intenções para torná-las o mais puro que conseguirmos, mais habilidosas que conseguirmos, tentando mantê-las voltadas para bondade e compaixão.

De modo que evitamos causar danos, mais do que absolutamente necessário. E a maneira como os budistas vêem o mundo é que a única coisa realmente constante no mundo, quando olhamos à nossa volta, é a mudança que todas as coisas mudam, todas as coisas passam, nada dura para sempre. 

Há, entretanto, algum tipo de regularidade nessa mudança, que podemos usar em nosso benefício, e elas giram em torno das noções de prazer e dor Isso quer dizer que a mente humana, de todas as mentes conscientes, tende a direcionar seus pensamentos e seu comportamento e ações envolta de prazer e dor.

E isso pode ser ambos prazeres sensuais (relativos aos sentidos) ou mentais, ou seja, podemos ter prazer com uma refeição bacana e gostosa, uma bebida bacana e gostosa, uma cama que é confortável, boa música, que nos agrada, uma bela paisagem ou obra de arte, que é agradável de se olhar.

E também temos prazeres da mente, certas ideias que nos fazem felizes, por exemplo, justiça ou outras pessoas se dando bem, ou o que quer que seja, algumas coisas nos fazem felizes e outras, claro, nos trazem sofrimento, outros pensamentos em nossa mente nos causam sofrimento então essas são as fontes de prazer e dor que vêm dos sentidos e da mente e o que tendemos a fazer é gravitar ao redor do que é prazeroso.

Os ensinamentos do Budismo

Almejar aquilo que é prazeroso, queremos que eles se mantenham, que continuem conosco. E tendemos a afastar e ser aversivo aos doloroso queremos que se vão quando estão presentes e quando não estão nos preocupamos que retornem.

Esse tipo de regularidade que encontramos na mente, o Buda reuniu no que chamamos os 12 elos da originação (interdependente) que é uma cadeia longa e complexa.

Mas os propósitos deste ensinamento é importante saber apenas o papel crítico que prazer e dor têm na vida humana em nos direcionar, em nos fazer querer que as coisas sejam diferentes do que são em fazer com que desejemos que as coisas se mantenham se são prazerosas, e se vão, se não são dessa forma, prazer e dor tendem a nos afastar do que chamamos de equanimidade normal.

Há um tipo de estado equânime, um estado de satisfação pelas coisas da maneira como são, não importa como sejam que ou é difícil de atingir ou vai embora quando tendemos a nos agarrar a certas coisas e ser aversivos a outras.

E basicamente o que ocorre é que nos colocamos nesse estado de desejar certas coisas e ser averso a outras e isso causa sofrimento, nos causa ruminação mental, proliferação mental e nos tornamos obcecados com as coisas não serem do jeito que queremos que sejam.

O desapego Budista

O desapego budista

Digamos, que minhas férias  estão terminando nos últimos dias, enquanto estamos no quarto do hotel olhando para a praia podemos estar ruminando sobre o fato de que amanhã teremos que voltar ao trabalho. 

Se estamos de cama com algum tipo de doença dolorosa podemos também estar ruminando ou proliferando mentalmente em volta daquela doença, daquela dor, e dessa maneira, essa proliferação e ruminação mental, essa falta de equanimidade mental é ela mesma uma fonte de sofrimento, uma segunda fonte de sofrimento, além da própria dor, ou da falta de prazer, do fim do prazer.

Então, isso, em resumo, é a maneira como o budismo vê o mundo e vê a maneira que o mundo é; e então, sobre isso, o budismo sugere um grupo de práticas que podemos usar para  superar, alguns dos piores exemplos de partes do mundo em que podemos ter um efeito.

A meditação para acalmar a mente

Em particular, que podemos ter um efeito sobre nós mesmos porque só podemos trabalhar diretamente em nós mesmos e assim, a primeira prática é uma que podemos chamar meditação tranquilizante onde seguimos a respiração, sentamos em silêncio, numa cadeira ou almofada ou deitamos e simplesmente seguimos a respiração enquanto entra e sai e seguindo a respiração descobriremos naturalmente que corpo e mente se acalmam.

E esse simples acalmar pode em si mesmo ajudar a aliviar um pouco nosso sofrimento por silenciar a tagarelice mental, esse tipo de ruminação, de proliferação mental, quando estamos presos nesse modo de desejo por certas coisas ou aversão a outras.

Ao acalmar a mente também a torna mais clara porque a mente é, num certo sentido, descrita como uma poça e sabemos que quando uma poça está muito agitada não podemos ver o fundo esse é um tipo de metáfora para a mente que está proliferando ou ruminando mas quando a mente se acalma a água se torna clara e límpida.

Então podemos enxergar até o fundo, podemos ver quando a mente está calma e tranquila relativamente, pelo menos, podemos ver mais claramente como a mente age e reage às coisas no mundo, aos problemas, às coisas que são prazerosas, às coisas que são dolorosas.

E podemos ver diretamente ao invés de intelectualmente ou cognitivamente mas diretamente, em nossas próprias mentes, como nós tendemos a desejar, nos agarrar ou ser aversivos e esse processo inteiro é conhecido como meditação da atenção plena (mindfulness) então conforme fazemos esse tipo de meditação ganhamos insights sobre a maneira como a mente funciona.

Como a mente deseja, se agarra e é aversiva e ganhamos insight, passamos a perceber como esses tipos de atividades da mente levam ao nosso próprio sofrimento e a fazer a nossa própria experiência de mundo pior para nós e para todos. 

Praticar a meditação Budista trás grandes benefícios

A prática da meditação budista

Na medida em que, por exemplo, se temos uma dor podemos ver como essa dor leva a raiva em nós e talvez ao ódio, e talvez leve a uma explosão em que nos irritamos com nossos cônjuges com alguém na rua e isso só piora as coisas quando vemos isso em nós mesmos.

Descobrimos com o tempo, e é uma prática lenta e contínua que com o tempo podemos ver que a mente começa a relaxar um pouco começamos a observar que o desejo, o apego e a aversão podem surgir, mas já não surgem com a mesma intensidade ou tão frequentemente conforme a mente começa a ver a maneira em que o sofrimento surge disso.

Então começamos a ver um caminho para fora uma caminho em direção a nos tornarmos melhores uma melhora da nossa própria tagarelice mental interna e em direção a um melhoramento do nosso comportamento externo no mundo.

Dessa forma, ao longo do tempo conseguimos ver um caminho até a equanimidade até uma mente equânime uma interação mais equânime com o mundo onde estamos prontos tanto para coisas prazerosas quanto desagradáveis ou capazes de lidar melhor com elas sem nos colocar em problemas.

Então é essa é uma visão de ambos as crenças que o budismo tem, a maneira como um budista vê o mundo e a forma como o budista cria uma prática disso uma maneira de abordar o mundo um caminho ético para ganhar o melhor tipo de vida possível para nós mesmos e para o resto da vida.

Conclusão

O Budismo tem sido praticado por muitas pessoas ao redor do mundo, geralmente grande parte desse público procura essa filosofia para ter paz interior e não como se fosse uma religião, o Budismo em si traz vários ensinamentos para se manter calmo e tranquilo em momentos de estresse.

Os povos orientais sabem muito bem ter esse controle mental, ou seja controlar seus pensamentos e sentimento para se desapegar das coisas terrenas, no entanto se você anda com fortes problemas emocionais, seria uma boa opção praticar o budismo.

Há inúmeros relatos de pessoas que alcançaram a paz interior através dessa prática, sendo que tudo que começamos sempre tem um grau de dificuldade. Agora é preciso você pesquisar com calma e atenção para saber se o budismo é pra você ou não.

Portanto, se o seu espírito se encontra um pouco pertubado e você não sabe o que fazer, seria bom ter essa escolha em sua mente, vale a pena tentar e testar as possibilidades porque é o seu bem estar que está em jogo e eu acredito que você quer ficar bem consigo mesmo. 

   

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